" SENTO EM FRENTE À JANELA"


Sento em frente à janela de enormes bordas de madeira maciça e olho o vento soprar como se por ele voassem letras que devo alcançar.
 Tento apanhá-las com as pálpebras que gesticulam afoitas pela captura do tom.
 E é neste momento que percebo, aquelas que se vão com o vento não são minhas palavras, mas as de alguém que por certo as abandonou
Finalmente abro a janela e acaricio a madeira maciça que me protege, certa de que não desejo mais a penumbra, deixo a luz entrar, olho feliz para fora e permito que o vento vá carregando as palavras que não me pertencem...As minhas, apenas as minhas permanecem na minha própria impermanência.
Sossego um pouco, e se fosse o caso, poderia morrer agora, vestida das folhas escritas com todas as palavras que conheço como se elas fossem a minha segunda pele me revelando poeticamente para o universo.
(Retirado do poema de patti ctuz)

Comentários

Postagens mais visitadas