BILL E DEMA.
Sua
casa estava sempre cheia, seus pais tiveram 10 filhos, era demais, não havia
como ter privacidade alguma. Bill se ressentia com isso, Prefiro vagar pelo
mundo sem rumo a conviver com essa multidão. Pensava Bill. Ele era o filho do
meio, ou seja, era invisível.
Ele
tinha como companhia Dema, por ser calado e frequentemente vagava pelas ruas
sem rumo, os dois tinha em comum serem inexistente em suas famílias. Dema,
morava com a mãe que estava constantemente bêbada e o pai que aparecia mês sim,
mês não e era sempre para subir em sua mulher e desaparecia novamente. Os
dois caminhavam pelos morros da aldeia Virna, um lugarejo na extremidade da
cidade de Corin, no sul da América. Não tinha muita a fazer naquele lugar,
alguns meninos iam pescar, jogavam bola ou simplesmente matava o tempo em
rodinhas de conversa fiada. Bill detestava aqueles meninos e suas panaceias. Ao
lado de Dema ele caminhava por vários morros e no mais alto deles sentavam e
observavam o mundo lá em baixo, ou pelo menos o que eles conheciam. No final da
tarde, já com um fiozinho de luz no horizonte, ele retornavam para casa. Dema
tinha que estar as 6 no máximo em casa, sua mãe bêbada ou não lhe enchia o saco
caso demorasse. Sempre gritando, sempre brigando e pegando no seu pé. Ô
moleque, ainda na companhia daquele morto? Por que não procura o que fazer e
trás dinheiro para casa? Você é outra coisa sem futuro. Dizia sua mãe sempre que
chegava a casa. Isso é a maior merda, dizia Dema e deitava no sofá olhando para
a televisão. Sua mãe continuava a reclamar enquanto fazia a comida. Dema tinha
outra pessoa com quem partilhava seu tempo após Bill ir para casa, ele saia às
vezes com Miguel, um rapaz de 18 anos que morava no fundo da sua casa, como
inquilino. Miguel
com a cara cheia de espinha usava roupa de cowboy, de chapéu e tudo adorava ser
chamado de cowboy, morava com a avó depois de ser expulso de casa. Miguel
fumava maconha o dia todo e quando Dema chegava em casa ele o convidava a dar
um “pega” um “tiro” como dizia Miguel, Dema se esquivava tinha medo de ficar
doidão, mas aquela noite estava muito quente e Dema não aguentava a falação de
sua mãe, foi ao fundo do quintal e se encontrou com Miguel. Fala mano. Disse
Miguel. E
aí Miguel, ainda chapado?
Pode
crer mano, e então chega na área. Falou Miguel.
Dema
estava suando muito e Miguel lhe ofereceu um refrigerante que Dema aceitou.
Quer
dar uma bola? Ofereceu Miguel, estendendo o cigarro da erva.
Não
valeu, deixa pra próxima, Dema apenas pegou o refrigerante e sentou, olhando aquela
bagunça que era o quintal de Miguel. Ficou observando Miguel acabar de fumar
sua erva e ficar bem louco. A avó chamou Miguel que saiu rápido.
Dema já
caminhando para casa notou no chão um cigarro de maconha, abaixou e colocou no
bolso. Depois da aula subiu o morro com Bill.
Dema lembrou-se do cigarro. Olha Bill, mostrando a erva para
Bill que pegou e cheirou a erva. Nossa Dema, você esta fumando. Falou Bill.
Não,
ainda não, achei lá no quintal do Miguel. Eles ficaram ali olhando para aquele
cigarro sem saber o que fazer, foi Bill que perguntou se ele tinha fosforo.
Dema sorriu e tirou uma caixa do bolso. Eles acenderam o cigarro e fumaram olhando o mando aos seus pés.
Ficaram
lá, rindo e delirando até tarde. quando voltaram para casa já era noitinha
e estavam com muita fome. Depois daquele dia, Dema sempre pedia para Miguel um
Cigarro maldito.,
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